1. |
Lourdes e Leblon
03:29
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Seus vizinhos vão morrer de inveja ao então me ver passar,
Saiba, eu nunca vou olhar pra trás.
Os ex-amores vão, em sua pequenez, sumir de vez por aí.
Eu sou assim, brilho muito mais do que o Lourdes e o Leblon.
Posso até fingir não ser ou escolher melhor o que ler,
Mas o nome sobre o nome é o que faz de mim o que vou ser quando eu crescer.
Sou a filha mais bonita, eu escuto o coração.
Mais malícia, coqueteria, candura pra uns, pr’outros não.
Sou Patrícia, a mais bonita, meu sangue se serve do amor.
Mais malícia e histeria, só eu sei do meu corpo e da minha dor.
Os seus amigos vão morrer de inveja ao então me ver passar
Sobre você, sobre tudo aquilo que me disse e não quis ser.
E os ex-amores vão então lhe parecer uma mera distração.
Eu quero ser chamada de querida e esquecer o dissabor (dessa paixão).
E você vai fingir não ver,
Atrás de mim então vão vir
Tantos homens e mulheres afim de me satisfazer.
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2. |
O jogo
04:10
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Me faz lembrar, me faz lembrar, me faz lembrar
(que o teu canto não me encanta mais não)
Me fez cantar, me fez compactuar
(com os sambas que Ben Jor cantou)
Vem cá mostrar, vem cá com seu dom de iludir
(no pagode que você se revelou)
Pode sambar, pare de fingir
(com essa pose só Balzac irá cair)
No jogo que eu sei de cor, mal me diz, diz que te deixei.
Das linhas que leu pra mim, de cor, de amor corei.
E sobre minhas linhas me calo, sob ''a mulher'' eu falo
Do jogo que eu sei de cor.
No jogo que eu sei de cor, mal vi, mal interpretei.
Das linhas que eu cantei pior, do teu vulto lembrei.
Baixinho e quase calado, um coração apaixonado,
Quer guardar o mundo em mim.
Me faz lembrar, me faz lembrar, me faz lembrar
(com essa pose só Balzac irá cair)
Me fez cantar, me fez compactuar
(com essa pose só Balzac irá cair)
Vem cá mostrar, vem cá com seu dom de iludir
(com essa pose só Balzac irá cair)
Pode sambar pare de fingir
(com essa pose só Balzac irá cair)
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3. |
O arquiteto e o carnaval
03:24
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O homem velho, tudo tem, são tantas as portas abertas,
Tantas fechadas também
No rosto os medos e aquilo que não convém...
São tantas as portas abertas, feridas e o coração
Meu bem, pra esse homem o tempo é um lugar...
Se eu fosse mulher, ahhh...
O mundo inteiro em seus corações, as avenidas vazias,
largas, cheias de concreto e nada mais.
As curvas e os traços, as suas paixões, as intenções modernistas (governistas),
amplas, cheias de concreto e nada mais
O arquiteto e o carnaval, o sol em fita na sala, deixava ver.
O arquiteto do carnaval, Brasil moderno, progresso e caos.
O homem velho, tudo viu. Seus olhos cansados atentam, o agoiro da pátria gentil.
No rosto os ventos, e aquilo que mais convém.
A intempérie do homem é a alma, quem chora e sorri sabe bem.
O homem velho, tanto viu e fala como quem revela o segredo atrás das janelas.
E guarda o sopro e todas as velas também.
Arauto da velha elegância,
da bossa, da fossa, um burguês...
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4. |
Desmancha
04:22
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É uma alegria que o corpo não trai.
Pureza e inocência, a gente distrai e o amor já vai chegar ali.
Essa gente sabe ser feliz.
Mas dessa leveza Kundera não soube falar.
Ela ferve, o corpo estremece e a gente sobe, aonde a gente
essa gente sabe ser feliz.
O entoar dos timbais, e o lixo ali a conviver.
Com o dólar e os gringos demais, e a malandragem que convir.
Com as demandas por puta e por pó, sob as fachadas tombadas do Pelô.
Global, Salvador.
Tudo que é sólido desfaz, desmancha, no ar
e vira pó, e vira pó, desmancha
e vira pó e vira pó, desfaz
e vira pó e vira pó
e o vento leva e traz
É uma alegria que o corpo distrai.
E os braços abertos no alto ele jaz, o amor já vai brotar dali.
E haja fé para ser feliz.
Dessa identidade ninguém nunca soube falar,
ela ferve e os corpos esquecem e as mentes lembram e se entorpecem.
Deus entre a contravenção e o louvor.
O entoar, os mc’s e o duelo ali a conviver
com a PM, o escárnio total e o olhar paternal da zona sul.
Se convir faz tombar, mais que essas belas fachadas do Belô.
Todo esse amor.
Desfaz, desmancha, desfaz.
Desfaz, desmancha, desfaz.
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5. |
Tanta flor
03:11
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Um homem só viu o menino infeliz dizer, enfim,
com toda a eloquência mais explícita e o ensejo à alegria, hoje o corpo não lhe quer.
O homem só viu o menino lindo decidir, por fim,
que hoje brilha a sua luz aflita e o que pesa é a poesia, sobre o teto não nos pés.
Tanta flor que cai, sobre a dor que dói.
Essa dor desfaz, e quem diz dor, diz mais amor
E diz: há tanta flor.
Sob a dor, tanta flor.
Sob a flor, tanta cor.
Sobre a flor todo amo.
Pro menino.
Um homem só viu os meninos consternados, não em vão,
lembrar de outros momentos quando a vida do menino era alegria, elegia à mulher.
Um homem só viu o menino resignado, então, sorrir
cativo dos seus fados e suas linhas, hoje, à pura poesia, pousa ao lado da mulher.
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6. |
Quantas voltas
03:56
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Quantas voltas com você,
a pele vive as glórias
do relógio e suas horas.
O corpo é o que nele se fez.
Quantas voltas com você.
Os filmes, Chicos, pausas
pro cigarro, toda hora.
No corpo o que dela se fez.
Os cantos, blocos, entoados
sob o sol, em fevereiro
sob o sol, os nossos erros
sob o sol, o nosso fado, o nosso enredo
sob o sol.
Um só, um tom, um só coração, dois não, dois tons, uma canção.
Um só, um tom, dói como a canção, dois não, um só, um coração.
Quantas voltas com você.
Na pele estancam horas
do recato a tanta esbórnia,
sente a alma o que o corpo fez.
Quantas voltas com você.
A pele é o rés da nossa história.
Uma sobre a outra, as horas.
Grita o coração o que se fez.
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7. |
A faixa
04:24
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Todos juntos num lugar, irmãos por uma sentença
de preces distintas, a chama é a mesma.
Todos num mesmo lugar, a faixa cortada inteira.
De longe é bonita, a candente vermelha.
Da estrela que eu vi brilhar, o menino a quem devo amar,
sobraram espinhos d'um lírio branco pro povo do mar.
O olhar dos meninos, nu é o mesmo,
não há fundamento onde fundo manda um coração.
Um pouco de um no outro, um pouco dos dois num todo.
No berço do amor.
Um lugar mesmo enquanto um lar, não é casa ao se guerrear,
prefiro o escuro a esta luz que não faz libertar.
Ao olhar para dentro, bem fundo um lamento.
Nos braços, meninos lutavam por uma razão.
Razão de mandamento, cegueira, ódio, amor e medo.
Razão de mandamento, cegueira, ódio, amor e medo.
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8. |
Levantado
04:28
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Olha só, toda a cidade se esconde em vão.
Miro a terra e então aflora
tudo o que se arranjou com a história e esteve aqui,
mente o homem e sua memória.
Não faz mal, um interdito, o dito.
No final é o peso que nos planta aqui no chão.
Sopra o vento, sobe o pó, desvela-se uma geração.
Sopra o vento, sobe o pó, cai a ordem e pesa sobre o chão.
Sopra o vento, sobe o pó, no chão se espalham as idéias boas,
as mesmas idéias loucas, as mesmas palavras.
Olha só, tanta poesia engendrou em mim,
nos meandros, na memória.
Tudo o que um dia houve e há de haver em nós.
O lugar, a nossa casa
Não faz mal, sonhar incauto assim
é o que apraz e faz inevitável ser leve e levantar do chão...
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9. |
Casa
03:28
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Soprei, fui por momento o vento
que rompeu com fronteira além mar.
Abri os portos do lamento,
zerei vela e vi o mundo chegar.
Todo esse chão será casa.
Acendi a chama que festeja
todo e o mais puro amor.
Sorri, surgi na insurgência,
mais que um forte grito de se libertar.
Todo esse chão será casa
Derramei o sangue da sentença,
fiz cada um filho meu chorar.
Troquei o ouro e a riqueza
pelo colorido, celebrar.
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10. |
Fellow, Fela
03:45
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Eu quero ver
a marcha alegre e (in)culta, pela rua, eu quero ver.
Eu quero ver
por entre os monumentos, o movimento, eu quero ver
Eu quero ver
quando a contradição se instalar. Aí é que eu quero ver.
O mundo globo, um mundo, todo mundo num lugar.
O mesmo mundo em tudo. Todo mundo, o mesmo olhar
Brota-se um sonhar, o homem é o próprio coração
do homem e do lugar. Fellow, Fela, amigo, irmão.
Os mundos de Santos, por um outro olhar.
Por que vocês não sabem?
Do lixo...
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11. |
Os ateus
03:43
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Filhos de deus, de quem Deus se esqueceu
nem pagãos pagaram tão caro assim.
Filhos dos seus e dos meus, vejam bem
os ateus também sabem ser felizes aqui.
Eu quero é mais sentir e infringir os cânones desse lugar.
Urdir milagres, prazeres sem fingir. Existe vida do lado de fora.
Todos sabem, só eu quem não... sei.
Todos sabem e só eu quem não... sei.
Os ateus já sabem dos milagres, eu não sei não, sei não, sei não.
Eu não,
eu não sei,
eu não sei não,
eu não sei dos milagres.
Eu não,
eu não sei,
eu não sei não,
eu não sei dos milagres.
Filhos da pátria que nunca vos falta,
já não conseguem mais sorrir.
Os filhos da puta, dessa mãe espúria que querem por que querem
um pouco dessa mãe gentil,
senão ninguém vai dormir.
Dos milagres para além, das albardas da família eu não sei,
dos milagres para além, da contorno da cidade eu não sei.
Dos milagres para além da contorno, da cidade, das albardas, da família
da contorno, da família, das albardas da cidade, da contorno, da cidade, das albardas da família eu não sei...
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12. |
Colorida
03:00
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Tem mais poesia, faz Kitsch vulgar.
Padrões, coloridas, não fazem mostrar
sua ironia, que ria, queria
quadros dentro de outros, nem todos são bobos.
Tem mais poesia, folia e suor.
Cor tem que ter vida, bem mais tem o olhar...
Olhar que o homem não viu,
e o que se dizia, ali se perdeu
neste pobre convexo e infeliz,
que tinha mais alma pra dar e não deu.
Nas cores vulgares que vi, tudo era demais,
por demais, quem sou eu
Faltou faltar, a falta é o que move e o vazio é o lugar
do carnaval...
E o frevo é a lembrança de outro amor.
Quem chora, sacode e roda dor.
Somos filhos do Carnaval.
(Colorida)
E ninguém só ri,
somos filhos do carnaval.
Junto, dentro aqui,
somos filhos do carnaval.
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A Fase Rosa Belo Horizonte, Brazil
The quartet A Fase Rosa has built a following with its rootsy, afro-jazzy sound infused with contemporary elements, along with witty, catchy lyrics. The group has just released its sophomore effort, ‘Leveza’, and plans to spread their daring sound to universal ears. ... more
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